Se você tem ou já pensou em ter um aquário, é quase certo que já ouviu falar do peixe cascudo. Ele é conhecido popularmente como o “faxineiro” do aquário, aquele peixe que fica grudado nos vidros e nas decorações, supostamente limpando tudo. Mas essa fama, embora tenha um fundo de verdade, simplifica demais um peixe que é fascinante e complexo.
A verdade é que o cascudo é muito mais do que um simples limpador de algas. Ele é um animal com necessidades próprias, que cresce bastante e exige cuidados específicos para viver de forma saudável e feliz. Reduzir sua existência à função de faxineiro é um erro comum que pode prejudicar o bem-estar do peixe.
Neste guia, vamos mergulhar no mundo dos cascudos. Você vai descobrir as diferentes espécies, qual a alimentação correta para eles (que vai muito além de restos de comida e algas), o tamanho ideal do aquário e todos os cuidados necessários para manter esse gigante gentil. Prepare-se para conhecer o verdadeiro peixe cascudo e entender por que ele merece ser visto como um habitante especial, e não apenas como uma ferramenta de limpeza.
O que é o Peixe Cascudo? Características e Origem
O peixe cascudo é um animal bastante peculiar e fácil de identificar por suas características únicas. Seu corpo não possui escamas tradicionais, mas é coberto por placas ósseas que formam uma espécie de couraça, o que lhe dá uma aparência robusta e o nome popular. Outro traço marcante é sua boca em formato de ventosa, localizada na parte de baixo da cabeça. Ele a usa para se fixar em pedras, troncos e vidros de aquários, além de raspar algas e outros alimentos das superfícies. As cores dos cascudos podem variar bastante, indo de tons de marrom, cinza e preto até padrões com manchas ou listras claras, como branco ou amarelo.
Este peixe é originário dos rios e riachos de água doce da América do Sul, sendo encontrado em abundância em diversos países, incluindo o Brasil. Ele pertence à grande família Loricariidae, que agrupa centenas de espécies com aparências e hábitos semelhantes, tornando o cascudo um dos peixes mais diversos e representativos das nossas águas.
Comportamento: O Morador Noturno do Aquário
O cascudo é um peixe de hábitos predominantemente noturnos. Isso significa que sua maior atividade acontece durante a noite, quando ele sai para explorar o fundo do aquário, procurar por restos de comida e raspar algas de troncos e decorações. Durante o dia, é comum que ele procure um lugar seguro e com pouca luz para descansar. Por isso, é fundamental oferecer tocas, cavernas ou troncos que sirvam de esconderijo. Sem um refúgio, o cascudo pode se sentir exposto e estressado, o que afeta sua saúde.
Em relação a outros peixes, sua natureza é pacífica e ele raramente causa problemas. No entanto, o cascudo pode ser territorial com outros da mesma espécie ou com outros peixes de fundo que tentem ocupar seu esconderijo preferido. Essa disputa por território é uma forma de garantir seu próprio espaço seguro, por isso, em aquários com mais de um cascudo, é importante fornecer vários esconderijos para evitar conflitos.
Quer saber mais sobre o fascinante comportamento de outros habitantes aquáticos? Convidamos você a explorar nosso guia completo sobre Tudo Sobre os Peixes.
A Verdadeira Dieta do Cascudo: Mais do que Apenas Algas
Muitas pessoas que montam seu primeiro aquário ouvem o mesmo conselho: “Compre um cascudo para limpar o fundo”. Por causa disso, cria-se a imagem de que esse peixe é um simples faxineiro, que vive apenas de algas e restos. Mas a verdade é que a alimentação do cascudo é bem mais complexa e importante para a saúde dele.
Vamos entender juntos qual é a dieta correta para este peixe tão popular e desmistificar algumas ideias erradas que podem prejudicá-lo.
O Cascudo é Onívoro: O Que Isso Significa?
A primeira coisa que precisamos saber é que o cascudo é um peixe onívoro. De forma simples, isso quer dizer que ele se alimenta tanto de matéria vegetal quanto de matéria animal. No ambiente natural, ele passa a maior parte do tempo raspando superfícies em busca de seu alimento, que inclui:
- Algas e limo: Sim, eles comem algas. É uma parte importante da sua dieta, mas não é a única. Eles raspam o limo (biofilme) que se forma em rochas, troncos e vidros, que é rico em micro-organismos.
- Pequenos organismos: No meio desse limo, eles encontram pequenos crustáceos e larvas de insetos, que servem como fonte de proteína.
- Restos de vegetais: Pedaços de folhas e outras matérias vegetais em decomposição também fazem parte do cardápio.
Em um aquário, ele vai agir da mesma forma, procurando por esses alimentos. O problema é que, muitas vezes, um aquário limpo não oferece a quantidade de algas e micro-organismos que ele precisa para se nutrir de verdade.
O Grande Mito: Cascudo Come Fezes?
Vamos direto ao ponto: não, o cascudo não se alimenta de fezes de outros peixes. Essa é, talvez, a informação mais errada e prejudicial sobre a espécie. Essa ideia surge porque ele é um peixe de fundo e está sempre “fuçando” o substrato (areia ou cascalho).
O que ele faz, na verdade, é procurar por comida de verdade que caiu ali, como restos de ração que outros peixes não comeram ou o limo que se forma no fundo. As fezes podem até ser investigadas por engano, mas não possuem valor nutritivo para ele e não fazem parte de sua dieta.
A Importância da Ração Específica para Peixes de Fundo
Já que um aquário doméstico nem sempre tem algas suficientes e ele não come fezes, como garantir que o cascudo fique bem alimentado? A resposta é simples: com uma ração específica para peixes de fundo.
Essas rações são desenvolvidas para atender exatamente às necessidades dos cascudos e outros peixes que vivem no fundo. Geralmente, elas vêm em formato de pastilhas ou “wafers” que afundam rapidamente, evitando que os peixes da superfície comam tudo antes. Elas contêm um equilíbrio ideal de ingredientes, misturando fontes vegetais (como a spirulina) e proteínas.
O ideal é oferecer uma pastilha de ração à noite, um pouco antes de apagar as luzes do aquário, pois os cascudos são animais de hábitos noturnos e se sentem mais seguros para comer no escuro.
Nutrição Balanceada para um Cascudo Saudável
Em resumo, pensar no cascudo apenas como um “limpador” é um erro. Ele é um animal de estimação como qualquer outro peixe do seu aquário e depende de você para ter uma vida saudável e longa. Para isso, lembre-se sempre:
- O cascudo é onívoro e precisa de vegetais e proteínas.
- Algas e limo são um complemento, mas não devem ser a única fonte de alimento.
- Ele não come fezes para limpar o aquário.
- Ofereça regularmente uma ração de fundo de boa qualidade para garantir todos os nutrientes que ele precisa.
Cuidar da alimentação correta do seu cascudo é um dos maiores gestos de carinho que você pode oferecer, garantindo um peixe ativo, forte e um aquário muito mais equilibrado.
Compreender a nutrição correta é vital para a saúde de seu peixe. Para aprofundar seu conhecimento sobre o universo dos nossos amigos aquáticos, confira nosso artigo sobre Tudo Sobre os Peixes.
Montando o Aquário Ideal para o seu Cascudo
Muitas pessoas pensam que o cascudo é só um “limpador” de aquário, mas a verdade é que ele é um peixe com necessidades específicas como qualquer outro. Para que ele viva bem e saudável por muitos anos, é fundamental montar um ambiente adequado para ele. Vamos ver os pontos essenciais para criar o lar perfeito para o seu cascudo.
1. Tamanho do Aquário: O Espaço é Essencial
Um erro comum é comprar um cascudo pequeno para um aquário pequeno, sem pensar que ele vai crescer. E eles crescem bastante! Um cascudo comum (Plecostomus) pode passar de 30 cm facilmente. Um dos pontos mais importantes na hora de ter um cascudo é entender o tamanho que ele pode atingir. É muito comum ver esses peixes sendo vendidos bem pequenos nas lojas, o que pode dar a falsa impressão de que eles não crescem muito. O problema é que muitas espécies de cascudo, como o comum (Hypostomus plecostomus), podem facilmente passar dos 50 centímetros na fase adulta. Por isso, o tamanho do aquário é fundamental.
Para a maioria das espécies comuns vendidas em lojas, um aquário de pelo menos 100 a 200 litros é um bom ponto de partida para um único peixe. Um espaço menor que isso pode prejudicar o desenvolvimento do peixe, causar estresse e até problemas de saúde. A regra mais importante antes de levar um cascudo para casa é pesquisar a espécie específica que você está comprando. Existem cascudos que ficam pequenos, como os do gênero Ancistrus, mas sem a pesquisa correta, você corre o risco de adquirir um peixe que não caberá no seu aquário no futuro.
2. Substrato: O Chão da Casa do seu Cascudo
O cascudo passa a vida inteira no fundo do aquário, com sua boca em contato direto com o substrato. Por isso, a escolha do material do fundo é muito importante. A boca dele é sensível e pode se machucar com facilidade.
A melhor opção é usar um substrato macio e de grãos arredondados. Areia fina ou cascalho de rio bem pequeno e liso são ideais. Evite cascalho pontiagudo ou muito grande, pois pode ferir o peixe enquanto ele procura por comida.
3. Filtragem: Mantendo a Água Limpa e Saudável
Cascudos comem bastante e, consequentemente, produzem muita sujeira (fezes). Por isso, um sistema de filtragem potente é obrigatório. Um filtro fraco não dará conta de manter a qualidade da água, o que pode levar a doenças.
Invista em um filtro que movimente pelo menos 5 vezes o volume total do seu aquário por hora. Por exemplo, para um aquário de 100 litros, um filtro que movimenta 500 litros/hora é uma boa escolha. Filtros do tipo canister ou hang-on (externo) de boa capacidade são as melhores opções.
4. Parâmetros da Água: A Química Certa para o Bem-Estar
Cascudos são peixes resistentes, mas eles precisam de condições de água estáveis para viverem bem. Ficar monitorando e mantendo esses parâmetros é crucial para a saúde dele.
- Temperatura: A maioria das espécies prefere uma água entre 24°C e 28°C. É essencial ter um aquecedor com termostato para manter a temperatura constante, principalmente no inverno.
- pH: O ideal é manter o pH da água ligeiramente neutro a levemente ácido, na faixa de 6.5 a 7.5. O mais importante é evitar mudanças bruscas.
- Trocas de Água: Realizar trocas parciais de água (TPA) é fundamental. Trocar cerca de 20% a 30% da água toda semana ajuda a remover a sujeira acumulada e a manter os parâmetros em equilíbrio.
5. Decoração e Esconderijos: Criando um Ambiente Seguro
Cascudos são peixes de hábitos noturnos e um pouco tímidos. Eles precisam de “tocas” para se sentirem seguros durante o dia. Um cascudo sem lugar para se esconder é um cascudo estressado.
Use troncos, rochas, cavernas artificiais ou até mesmo vasos de cerâmica deitados para criar vários esconderijos. Os troncos, além de servirem de toca, também liberam substâncias que fazem bem para a água e servem de alimento (celulose) para muitas espécies de cascudos.
6. Iluminação: Menos é Mais
Como são peixes noturnos, eles não gostam de luz muito forte. Uma iluminação intensa pode deixá-los desconfortáveis e fazer com que fiquem escondidos o tempo todo. Opte por uma iluminação mais suave ou use plantas flutuantes para criar áreas de sombra no aquário. Isso vai deixá-lo mais à vontade para se movimentar.
7. Alimentação: O Cardápio do Cascudo
É um mito que os cascudos se alimentam apenas dos restos e algas do aquário. Eles precisam de uma dieta própria e variada para serem saudáveis. As algas sozinhas não são suficientes.
Ofereça rações específicas para peixes de fundo, que afundam rapidamente. Além disso, você pode complementar a dieta com alimentos frescos, como fatias finas de abobrinha, pepino ou batata (previamente aferventadas para afundarem). Ofereça o alimento à noite, que é quando eles estão mais ativos.
Um aquário bem estruturado é a base para a vida saudável do seu cascudo. Quer se aprofundar ainda mais nos cuidados essenciais para seus habitantes aquáticos? Visite nosso artigo sobre Tudo Sobre os Peixes.
Companheiros de Tanque: Com Quem o Cascudo Convive?
O cascudo é um peixe muito popular, conhecido por ajudar a manter o aquário limpo ao se alimentar de algas. No entanto, por seu comportamento noturno e natureza de peixe de fundo, é importante escolher seus companheiros de tanque com cuidado. Vamos entender com quem o cascudo convive bem e quais peixes é melhor evitar para garantir a harmonia no seu aquário.
Peixes Compatíveis: Boas Opções
Cascudos são, na maior parte do tempo, pacíficos com peixes que não competem diretamente por seu espaço no fundo do aquário. Boas escolhas incluem peixes que nadam na parte do meio ou superior da água e que são ativos o suficiente para não serem incomodados.
- Tetras de tamanho médio a grande: Como o Tetra Negro, Mato Grosso ou Colombiano.
- Danios: São peixes rápidos e que habitam a parte superior do aquário.
- Barbos: O Barbo Sumatrano ou o Barbo Ouro são exemplos de peixes ativos que convivem bem.
- Acará Bandeira: Por nadarem no meio do aquário, geralmente não entram em conflito com os cascudos.
- Poecilídeos: Peixes como Molinésias, Platys e Espadas são resistentes e não costumam ter problemas.
- Coridoras: Embora também sejam peixes de fundo, geralmente são pacíficas e podem conviver bem se o aquário tiver espaço suficiente.
Peixes Incompatíveis: Melhor Evitar
Algumas espécies podem sofrer com a presença de um cascudo, especialmente durante a noite, quando ele está mais ativo em sua busca por alimento.
- Discos e Kinguios (Peixes de corpo achatado e lentos): São os casos mais críticos de incompatibilidade.
- Peixes muito pequenos: Espécies pequenas e delicadas podem se estressar ou ser acidentalmente machucadas.
- Bettas: Suas longas nadadeiras podem ser um alvo para a curiosidade do cascudo.
- Outros peixes de fundo muito territoriais: A competição por espaço e esconderijos pode gerar brigas.
Por que Discos e Kinguios são Vulneráveis?
A principal razão pela qual cascudos não devem ser mantidos com peixes de corpo largo e lento, como Discos e Kinguios, está relacionada ao seu modo de alimentação. O cascudo possui uma boca em formato de ventosa. Durante a noite, ele pode tentar se prender ao corpo desses peixes para se alimentar do muco protetor que eles produzem. Este comportamento causa ferimentos graves na pele do peixe, estresse e abre portas para infecções, podendo levar à morte. Por isso, essa combinação é fortemente desaconselhada.
E mais de um cascudo no mesmo aquário?
Cascudos são peixes territoriais, especialmente com outros da mesma espécie ou de formato parecido. Eles disputam por território, principalmente por tocas e esconderijos preferidos no fundo do aquário. Manter mais de um cascudo, a não ser que o aquário seja muito grande (acima de 200 litros) e com muitas tocas e troncos para que cada um possa ter seu próprio espaço, geralmente resulta em brigas. Um dos cascudos pode dominar o outro, impedindo que ele se alimente direito e causando estresse constante. Por isso, na maioria dos aquários domésticos, o ideal é manter apenas um exemplar para evitar conflitos.
A escolha dos companheiros de aquário exige análise cuidadosa. Para evitar problemas de saúde e comportamento, como os que discutimos sobre o peixe Betta, a pesquisa é sempre sua melhor aliada.
Curiosidades e Biologia Fascinante do Cascudo
Você provavelmente conhece o cascudo como aquele peixe que fica limpando o aquário, sempre quieto em um canto. Mas a biologia dele é muito mais complexa e interessante do que parece. Esses peixes são verdadeiros exemplos de adaptação e sobrevivência, com características únicas que valem a pena conhecer.
Para começar, o nome “cascudo” não é por acaso. O corpo dele é coberto por placas ósseas que formam uma espécie de armadura. Essa estrutura serve como uma proteção muito eficaz contra predadores. Além dessa defesa, os cascudos são conhecidos por sua longevidade. Enquanto muitos peixes de aquário vivem poucos anos, algumas espécies de cascudo podem viver mais de uma década se estiverem em um ambiente saudável.
Outro ponto fascinante é a sua capacidade de respirar ar da superfície. O cascudo pode subir e engolir uma bolha de ar, que é absorvida por seu sistema digestivo adaptado. Isso permite que ele sobreviva em águas com baixo nível de oxigênio, uma vantagem enorme na natureza. A famosa boca em formato de ventosa também tem dupla função: além de raspar algas para se alimentar, ela serve para se fixar em pedras e troncos, resistindo a fortes correntezas. Essas características mostram como o cascudo é um animal extremamente resistente e bem preparado para os mais diversos desafios.
Uma Armadura Natural e Ferrões
Diferente da maioria dos peixes que possuem escamas flexíveis, este peixe conta com uma proteção especial. Seu corpo é coberto por placas ósseas que se encaixam umas nas outras, formando uma verdadeira armadura rígida. Essa estrutura funciona como um escudo natural, tornando muito difícil para predadores conseguirem morder ou feri-lo.
Além dessa armadura, o peixe possui uma defesa ativa muito eficaz: os acúleos, popularmente conhecidos como ferrões. Eles são espinhos duros e afiados localizados nas nadadeiras, especialmente na dorsal (costas) e nas peitorais (laterais). Quando se sente ameaçado, o peixe eriça essas nadadeiras, e os ferrões se tornam uma arma pontiaguda para se defender de um ataque.
É fundamental ter muito cuidado ao manusear este peixe. A picada de um desses ferrões é extremamente dolorosa, pois eles podem estar associados a glândulas que liberam toxinas, causando inchaço e dor intensa no local. Seja durante a pesca ou na hora de prepará-lo, use sempre luvas de proteção ou alicates para segurá-lo com segurança e evitar acidentes sérios.
Longevidade: Um Amigo de Longa Data
Quando pensamos em ter um cascudo, é importante saber que ele pode nos acompanhar por muitos anos. A expectativa de vida desse peixe em um aquário bem cuidado é bastante longa, geralmente variando de 7 a mais de 15 anos, dependendo da espécie e das condições oferecidas. Isso significa que levar um cascudo para casa é assumir um compromisso de longo prazo, muito parecido com o de ter um cachorro ou gato. Ele será um companheiro por uma parte significativa da sua vida.
Reprodução e Cuidado Parental
O processo reprodutivo geralmente começa com o macho cortejando a fêmea. Após o acasalamento, a fêmea libera os ovos, que são então fertilizados pelo macho. Mas o que acontece depois disso é o que chama a atenção em diversas espécies. Em vez de simplesmente irem embora, os machos assumem um papel de protagonistas no cuidado com a futura geração.
O pai dedicado começa seu trabalho cuidando dos ovos. Ele os protege de predadores, mantém a área limpa e, em muitos casos, abana os ovos com suas nadadeiras. Esse movimento constante garante que a água ao redor dos ovos fique oxigenada, o que é fundamental para o desenvolvimento saudável dos embriões.
Quando os ovos finalmente eclodem, o trabalho do macho não acaba. Ele continua a proteger os pequenos alevinos, que são muito vulneráveis. Se algum filhote se afasta do ninho ou da área segura, é comum ver o pai cuidadosamente pegá-lo com a boca e levá-lo de volta para perto dos irmãos.
Esse cuidado parental, onde o macho é o principal ou único responsável, é um exemplo fascinante de como as estratégias de sobrevivência podem variar na natureza. Ele mostra que a responsabilidade de garantir o sucesso da prole não pertence exclusivamente às fêmeas no reino animal.
Explorar a biologia de cada espécie nos revela a complexidade da vida aquática. Que tal desvendar outras criaturas marinhas fascinantes como o enigmático peixe bolha ou o poderoso peixe espada?
Perguntas Frequentes sobre o Peixe Cascudo (FAQ)
Responda de forma direta e concisa as dúvidas mais comuns dos aquaristas sobre a espécie.
O que o peixe Cascudo come?
Cascudos são onívoros. A dieta deles inclui algas, restos de ração que chegam ao fundo e vegetais, como fatias de abobrinha e pepino. É fundamental que eles tenham um tronco no aquário, pois a madeira ajuda na digestão da maioria das espécies. Eles não vivem apenas de “sujeira”.
O Cascudo realmente limpa o aquário?
Ele ajuda, mas não faz milagres. O Cascudo se alimenta de algas que crescem nos vidros, pedras e troncos. No entanto, ele não come fezes de outros peixes e também suja o aquário como qualquer outro animal. A limpeza regular, como sifonagens, continua sendo sua responsabilidade.
Qual o tamanho que um Cascudo pode atingir?
O tamanho varia muito conforme a espécie. Existem Cascudos pequenos, como o Otocinclus, que mal chegam a 5 cm. Por outro lado, o Cascudo comum (Hypostomus plecostomus) pode facilmente passar dos 50 cm. É muito importante pesquisar a espécie antes de comprar para não ter surpresas.
Qual o tamanho ideal do aquário para um Cascudo?
Depende totalmente do tamanho final da espécie. Para espécies anãs, aquários a partir de 40 litros são suficientes. Já para o Cascudo comum, que cresce muito, o ideal é um aquário com no mínimo 200 litros para que ele possa se desenvolver de forma saudável.
O Cascudo é um peixe agressivo?
Com peixes de outras espécies, ele costuma ser bastante pacífico. A agressividade pode aparecer com outros Cascudos ou peixes de fundo, pois ele é territorial. Para evitar conflitos, ofereça várias tocas e esconderijos no aquário, garantindo que cada um tenha seu espaço.
Quais os parâmetros de água ideais?
A maioria das espécies é bem resistente. De forma geral, eles preferem uma temperatura entre 24°C e 28°C e um pH de 6.5 a 7.5. Mais importante que atingir um número exato é manter a qualidade e a estabilidade da água, evitando mudanças bruscas.
Quanto tempo vive um peixe Cascudo?
A expectativa de vida também varia com a espécie e a qualidade dos cuidados. Espécies menores podem viver entre 5 e 8 anos. Já as espécies maiores, se bem cuidadas em um ambiente adequado, podem ultrapassar os 15 anos.
Ele pode conviver com qualquer peixe?
Na maioria dos casos, sim. Ele convive bem com peixes que nadam no meio ou na superfície do aquário. Apenas evite colocá-lo com peixes muito lentos e de corpo achatado, como Discos, pois há relatos de Cascudos que tentam sugar o muco desses peixes durante a noite, causando ferimentos.
Por que meu Cascudo fica sempre escondido?
Este é um comportamento perfeitamente normal. Cascudos são peixes de hábitos noturnos. Durante o dia, eles procuram lugares seguros e com pouca luz, como tocas e troncos, para descansar. A maior parte da sua atividade acontece quando as luzes do aquário se apagam.
É preciso oferecer uma ração específica para o Cascudo?
Sim, é essencial. Não confie apenas nas algas e sobras de comida para alimentá-lo. Ofereça rações próprias para peixes de fundo, que afundam rapidamente. Complementar com vegetais frescos uma ou duas vezes por semana também é uma ótima prática para garantir sua saúde.
O peixe cascudo come as fezes de outros peixes?
Não, o peixe cascudo não come as fezes de outros peixes. Essa é uma das confusões mais comuns no aquarismo, mas a resposta é bem direta. O comportamento do cascudo, que passa a maior parte do tempo no fundo do aquário “limpando” o substrato e as decorações, leva muitas pessoas a acreditarem que ele se alimenta dos excrementos dos outros habitantes. No entanto, o que ele realmente faz é algo diferente e igualmente importante.
Na verdade, o cascudo é um peixe detritívoro e algívoro. Isso significa que sua alimentação é baseada em restos de ração que afundam e não são comidos pelos outros peixes, algas que crescem nas superfícies e matéria orgânica em decomposição, como pequenos pedaços de plantas mortas. Ele funciona como um verdadeiro faxineiro, mas seu foco é aproveitar o que seria desperdiçado, e não consumir as fezes.
Por isso, é fundamental entender que o cascudo não substitui a limpeza do aquário. As fezes dos peixes continuarão se acumulando no fundo e, ao se decomporem, liberam amônia, uma substância tóxica para a vida aquática. Portanto, a manutenção regular, como as trocas parciais de água e a sifonagem do substrato para remover os dejetos, continua sendo uma tarefa essencial para manter a saúde e o equilíbrio do seu aquário.
Qual o tamanho máximo que um cascudo pode atingir?
Essa é uma dúvida muito comum, e a resposta é: depende muito da espécie. Não existe um tamanho único para “o cascudo”, porque existem centenas de espécies diferentes, e a variação de tamanho entre elas é imensa. Você pode encontrar cascudos que ficam bem pequenos, com apenas alguns centímetros, e outros que se tornam verdadeiros gigantes de aquário.
Para se ter uma ideia, algumas espécies anãs raramente ultrapassam os 5 centímetros quando adultas. Já outras, como o conhecido Cascudo Comum, podem facilmente passar dos 50 centímetros se tiverem espaço e condições adequadas para crescer. Por essa razão, é absolutamente essencial que, antes de levar um cascudo para casa, você pesquise e descubra qual é a espécie exata que está adquirindo. Saber o nome científico ajuda muito. Essa informação vai te dizer o tamanho final que ele pode atingir, evitando a surpresa de ter um peixe que ficou grande demais para o seu aquário.
Posso ter mais de um cascudo no mesmo aquário?
Essa é uma dúvida muito comum, e a resposta mais segura é que o ideal é manter apenas um cascudo por aquário. O motivo é simples: cascudos são peixes territorialistas. Eles gostam de escolher um local no tanque, como uma toca, um tronco ou uma caverna, e o tratam como seu território, defendendo-o de outros peixes, principalmente de outros cascudos.
A exceção a essa regra acontece em aquários muito grandes. Se você tem um tanque espaçoso, com muitos litros, e consegue oferecer vários esconderijos distintos e bem separados uns dos outros (como diferentes tocas, troncos e cavernas), a chance de sucesso aumenta. A ideia é que cada cascudo possa escolher seu próprio território sem que precise disputar espaço com os outros, diminuindo as chances de brigas e estresse.
O cascudo realmente limpa o aquário?
Essa é uma das dúvidas mais comuns no aquarismo, e a resposta é: sim e não. O cascudo é um peixe fantástico que ajuda muito na manutenção, mas a ideia de que ele é um “faxineiro” que fará todo o trabalho pesado é um mito.
Ele é um excelente auxiliar porque se alimenta principalmente de algas e limo que se formam nos vidros, troncos e pedras do aquário. Nesse sentido, ele “limpa” ao manter essas superfícies mais livres de algas. No entanto, o papel dele para por aí.
O cascudo não come restos de ração nem as fezes dos outros peixes. Pelo contrário, por ser um peixe que cresce bastante, ele também suja o aquário. Por isso, ele não substitui a manutenção regular e essencial, como as sifonagens para remover a sujeira do fundo e as trocas parciais de água (TPA) para manter os parâmetros da água saudáveis.
Pense no cascudo como um ajudante que cuida das algas, mas a responsabilidade de tirar o lixo principal e garantir a qualidade da água continua sendo do aquarista.